Crente também tem depressão – David Murray
MURRAY, David. Crente também tem depressão; Esperança e auxílio para pessoas deprimidas. Recife (PE): Editora Os Puritanos, 2012, 89p.
Livro publicado pela Editora Os Puritanos, de autoria do Dr. David P. Murray, professor de Antigo Testamento, Teologia Prática e Aconselhamento Pastoral no Puritan Reformed Theological Seminary, em Grand Rapids, Michigan, EUA, instituição dirigida pelo conhecido Dr. Joel Beeke. Dr. Murray nasceu na Escócia e serviu também como pastor e professor naquele país do Reino Unido.
Trata-se de um livro breve, e com cerca de noventa páginas. O autor procura espelhar a abordagem da Poimênica Clássica para o problema da depressão. Após um breve prefácio, o Dr. Murray desenvolve o livro em 6 (seis) capítulos, em torno do problema depressão:
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1. A CRISE
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2. A COMPLEXIDADE
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3. A CONDIÇÃO
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4. AS CAUSAS
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5. AS CURAS
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6. OS CUIDADORES
Em todos esses capítulos, o autor recorre amplamente ao texto bíblico, faz citações de autores cristãos, especialmente da poimênica clássica (destaque para puritanos como Richard Baxter, Charles Spurgeon e também para Martin Lloyd-Jones), e também interage criticamente com a medicina em geral, com a psicologia e psiquiatria e com abordagens em aconselhamento. Escreve o autor:
Uma das tendências mais comuns na depressão é focar nos sentimentos e basear crenças e conclusões nestes sentimentos. Isso é especialmente verdade nos cristãos. […] Deveríamos encorajar a pessoa deprimida a mudar-se do contexto subjetivo e pensar nas verdades objetivas do cristianismo – coisas que são verdade, não importando os nossos pensamentos – justificação, adoção, expiação, os atributos de Deus, o céu, etc. (pp. 79-80).
O livro consta de apenas um apêndice, em que o autor discorre “Sobre a Suficiência das Escrituras”. Em um texto importante e elucidativo, o autor recorre ao conceito bíblico e histórico-reformado de Sola Scriptura, procurando descrever o seu significado. Tomando como referência a confessionalidade reformada, por meio da Confissão de Fé de Westminster, o autor propõe os conceitos de “Salvação, santificação e óculos”. Escreve o autor:
Muitas vezes os problemas que enfrentamos no aconselhamento são compostos de uma mistura do que é espiritual, mental, relacional, social, financeiro e físico. Em alguns casos as Escrituras são bem claras. Em outros, podemos deduzir das Escrituras princípios que ajudam muito. Mas em algumas áreas temos de usar a Bíblia como óculos para ler e aprender do conhecimento que Deus distribuiu e depositou no mundo. […] Eu creio que a Bíblia é suficiente para nos capacitar a ler a ciência e separar o trigo da palha, e separar observações e conclusões verdadeiras das falsas, e dessa forma fazer uso do conhecimento que Deus, em sua ‘graça comum’ ou ‘providência’ revelou em sua criação. (p. 88).
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