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O propósito do conhecimento da Bíblia

The Good Samaritan (“O Bom Samaritano”), 1647, Balthasar van Cortbemde

The Good Samaritan (“O Bom Samaritano”), 1647, Balthasar van Cortbemde  (Flemish Baroque Era Painter, 1612–1663), oil on canvas, 199.4 x 244.6 cm (78.5 x 96.3 in.), Royal Museum of Fine Arts Antwerp  (Koninklijk Museum voor Schone Kunsten Antwerpen, KMSKA), Antwerp, Belgium.

Porque é nesse grau que se há de exercitar todo o estudioso das divinas Escrituras, com a intenção de não encontrar nelas outra coisa mais do que o dever de amar a Deus por Deus, e ao próximo por amor de Deus. A este com todo o coração, com toda a alma e com toda a mente; ao próximo como a si próprio (Mt 22.37-39). O que significa que todo o amor ao próximo, assim como o amor a nós próprios, se há de referir a Deus.

[…] Urge, antes de tudo, cada um verifique, ao estudar as Escrituras, se se acha preso ao amor deste mundo, isto é, ao amor dos bens temporais, e tome consciência de que está tanto mais afastado deste tão grande amor de Deus e do próximo quanto mais isso está prescrito na própria Escritura.

Então, na verdade, o temor que o faz pensar no juízo de Deus, e a piedade pela qual não se pode senão crer e aceitar a autoridade dos Livros santos, obrigam-no a chorar sobre si próprio.

(SANTO AGOSTINHO. A Doutrina Cristã; Manual de exegese e formação cristã. São Paulo: Edições Paulinas, 1991, p. 100. Segundo Agostinho, “qualquer que pensa ter entendido as divinas Escrituras ou qualquer parte delas, mas com esse conhecimento não consegue edificar o amor de Deus e do próximo, ainda não terá obtido sucesso em entendê-las”. Deus é melhor glorificado, por meio do conhecimento das Escrituras, quando o amor em Cristo forja o propósito do nosso conhecimento.)