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Os últimos dias de Cabral

Pedro Álvares Cabral (1467/68-1520) celebrizou-se por haver comandado a armada de treze navios que, zarpando para a Índia, em março de 1500, desembarcou no futuro Brasil em abril do mesmo ano. No dia 3 de maio, rumou para Calicute, missão oficial da Armada, e, em janeiro de 1501, regressou da Índia a Portugal.

Em julho de 1501, a Armada, então com seis navios, adentrou o Tejo. Cabral foi recebido pelo rei no palácio de Santarém e muito festejado pelas especiarias que trouxera. Mas suas atitudes desastradas na Índia e o sacrifício da nau carregada de riquezas, na costa africana, renderiam a Cabral verdadeiro ostracismo. Morreu em Santarém, em 1520, sem ter jamais comandado outra frota. Deixou, porém, linhagem de capitães, a exemplo do sobrinho Fernão Álvares Cabral, que comandaria viagem à Índia nos anos 1560. Nela viajou Luís de Camões, antes de escrever Os Lusíadas, livro no qual não fez sequer uma menção ao “descobridor” do Brasil.

(“Pedro Álvares Cabral”. Verbete por Ronaldo Vainfas no Dicionário do Brasil Colonial (1500-1808). Direção: Ronaldo Vainfas. Rio de Janeiro: Objetiva, 2000, p. 476)

Monumento a Pedro Álvares Cabral, 1963, Álvaro de Brée

Monumento a Pedro Álvares Cabral, 1963, Álvaro de Brée (1906-1962), escultura em bronze, com plinto em granito, dimensões: 300cm x 75cm; pedestal: 120cm x 88cm, Largo António José de Almeida, Belmonte, Portugal

O escultor representa Pedro Álvares Cabral, de pé, segurando na mão direita um astrolábio e amparando com a esquerda uma espada e uma Cruz, simbolizando a chegada ao Brasil. A maqueta em gesso da estátua foi concebida por Álvaro de Brée em 1961. Depois de realizada em bronze, foi oferecida em 1963 ao Município de Belmonte, terra de Pedro Álvares Cabral, pelo Ministério das Obras Públicas, segundo descrição que se encontra no pedestal.