O Tempo – Olavo Bilac
The Four Ages of Man, 1626-28, Valentin de Boulogne (French Baroque Era Painter, ca.1594-1632), Oil on canvas, 96 x 134 cm, National Gallery, London, UK
Sou o Tempo que passa, que passa,
Sem princípio, sem fim, sem medida!
Vou levando a Ventura e a Desgraça,
Vou levando as vaidades da Vida!A correr, de segundo em segundo,
Vou formando os minutos que correm…
Formo as horas que passam no mundo,
Formo os anos que nascem e morrem.Ninguém pode evitar os meus danos…
Vou correndo sereno e constante:
Desse modo, de cem em cem anos,
Formo um século, e passo adiante.Trabalhai, porque a vida é pequena,
E não há para o Tempo demoras!
Não gasteis os minutos sem pena!
Não façais pouco caso das horas!
(BILAC, Olavo. In: Poesias Infantis. Paris: Francisco Alves, 1913)