Vista de Delft – Jan Vermeer
View of Delft, 1659-1660, Johannes Vermeer (Dutch Baroque Era Painter, 1632-1675), Oil on canvas, 96.5 × 117.5 cm (37.99 × 46.26 in), Royal Picture Gallery Mauritshuis, The Hague. High resolution here.
Um dos quadros mais conhecidos da história da pintura, Vista de Delft, de Vermeer, foi chamado “o primeiro quadro impressionista da pintura européia”, pela sua atmosfera. Quando pediram a Marcel Proust sua opinião sobre este quadro, ele respondeu: “É o quadro mais belo do mundo”.
A cidade do artista é descrita primorosamente, apresentando a iluminação natural de Delft num determinado momento do dia e toda a sensação atmosférica da paisagem urbana holandesa. Ao reluzir do outro lado das águas, a cidade oferece profunda variedade na mistura simples de telhados e torres, igrejas e casas, zonas ensolaradas e faixas encantadoramente sombreadas. A intensidade luminosa das nuvens brancas do plano de fundo esconde o horizonte, criando a distância que desprende a cidade do céu.
Ele observou as repetições de horizontais nas linhas do telhado, de pequenas diagonais nos frontais triangulares, de arcos plenos nos portões e nas pontes. A pequena faixa de edifícios faz eco à superfície de água na qual eles se espelham, em reflexos calmos e nebulosos. Mais de metade do quadro é ocupado por um céu coberto de finas nuvens, através das quais o sol rompeu o suficiente para acentuar os detalhes da torre e dos telhados bem além da ponte. O motivo da pequena cidade holandesa e a simplicidade poética da visão são muito diferentes do enfoque intelectual e acanhado de Poussin! No entanto, a ordem que Vermeer impôs à sua paisagem urbana possui algo de matemático, algo que a assemelha à ordem de Poussin. As relações exatas entre o vigor das cores e o efeito de luz sobre formas coloridas, tanto direto como refletido, cria uma unidade rigorosa em todo o quadro. Todos os elementos estão colocados no espaço com indiscutível correção.
(Madeleine & Rowland Maistone. In: O Barroco e o Século XVII, História da arte da Universidade de Cambridge. São Paulo: Círculo do Livro, pp. 71-72)
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