O Problema de Suposições – Paul David Tripp
Self-Portrait as a Deaf Man, ca. 1775, Joshua Reynolds (English Rococo Era Painter, 1723-1792), oil on canvas, 749 cm x 622 cm (294.9 x 244.9 in.), Tate Britain, London, UK. Large size here.
Por que não fazemos perguntas melhores e investimos tempo para realmente ouvir? […] Quando você supõe, você não pergunta. Se não pergunta, você se abre para um mundo de conclusões inválidas e mal-entendidos. Você pode procurar ser instrumento de Deus, mas perder o alvo porque soma dois mais dois e recebe cinco de resposta – e você nem percebe. Graças às suas suposições, a pessoa que você acha que está ajudando pode existir só na sua mente.
[…] O discernimento bíblico é um grande dom, mas é também onde nós nos metemos em encrenca. Conhecer as coisas fundamentais a respeito das pessoas em geral não deve ser confundido com conhecer indivíduos específicos que Deus colocou no seu caminho. Nossa rica base teológica não deve fazer de nós acumuladores letárgicos de dados. Entretanto, porque supomos conhecer as pessoas, podemos facilmente deixar de fazer boas perguntas.
[…] Em razão da soberania de Deus, ninguém tem exatamente a mesma história. As pessoas são ao mesmo tempo todas iguais e completamente diferentes. Vamos olhar, por exemplo, para os narizes. Todas as pessoas têm um nariz, contudo não encontramos dois iguais. O talento artístico e criativo de Deus é sem fim em suas variações. Todas as pessoas são similares. Contudo, quanto mais cuidadosamente você olha, mais impressionado fica de quão diferentes somos um do outro.
[…] Deus não somente cria cada um de nós de modo singular, mas Ele também soberanamente escreve e dirige nossa história. Existem elementos familiares em todas as histórias, mas a história de cada pessoa é um labirinto de detalhes que a faz muito diferente das outras. Por isso, você não pode me conhecer somente pelo que as Escrituras dizem a meu respeito. Você descobre na Bíblia coisas admiravelmente úteis a meu respeito como ser humano, mas não saberá como essas verdades são manifestas de maneira única na minha vida sem me perguntar.
[…] A segunda razão pela qual supomos muito é pela nossa experiência. […] Perigosa é a tendência de confundir experiências parecidas com experiências idênticas. Por exemplo, é seguro eu concluir que você tem algum tipo de família. No entanto, quando ouço você dizer a palavra “família”, não é seguro eu preencher com os detalhes do que isso significa na minha experiência e não na sua! Quando supomos uma correspondência exata de pensamentos, desejos e experiências, nós não fazemos as perguntas que precisamos para sermos úteis nas mãos de Deus. Ficamos com suposições inválidas a respeito das pessoas e oferecemos ajuda que não serve para suas necessidades.
Para que o ministério pessoal seja eficaz, o princípio é simples: Não suponha – pergunte.
(TRIPP, Paul David. In: Instrumentos nas Mãos do Redentor. 2a. Edição. São Paulo: Nutra Publicações, 2012, pp.230-233. Para adquirir o livro, acesse aqui. Leia também: Aprenda a ouvir em profundidade.)